quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Lua


Lua cheia que me enfeitiça
Me deixa a flor da pele
Me ouriça,  atiça-me
 Queima-me por dentro e a pele fere.
Deixa-me cheia
Repleta
Deixa-me outra
Que não fica quieta.
Acorda minha cigana
Desperta minha fera
Me tira da cama
Floresce minha primavera.
Lua cheia sagrada
Cheia lua, safada
Põe-me amada
Deixa-me faminta
Faz -me alucinada
E quer que eu minta.
Por quatro luas resisti
Prendi minhas feras
Respirei fundo
Me omiti.
Nessa lua soltei a mim
Soltei os cabelos
Soltei o vestido
Soltei o riso
Saltei do céu
Desfrutei o paraíso
Arranquei o véu.
Atirei -meaos leões
Às sensações
Tirei do peito desejos profundos
De minh’alma inquieta
De outros mundos
De outros eus.
Ah, lua intensa
Qual é minha sentença
Por simplesmente ser assim
Fiel a minha natureza?

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